NIILISMO PONTUAL POR PREGUIÇA OU POR FASTIO
Nada a dizer. O nada é uma imensidão. É o vácuo. É o caos anterior e posterior a coisa nenhuma. É não ter sentidos despertos para o que se acredite sentir em volta de nós. É na dúvida beliscar a própria pele e nem a ver mudar de cor, quanto mais doer. É estar aos urros e não se nos escutar sequer um monossílabo. É recuar no tempo sem se mover um passo mental e depois nunca mais arribar a tempo algum. É voar às arrecuas como aves inconvictas acerca do consagrado privilégio de ter asas funcionais. É sem um brado de espanto não ver reflectida no espelho matinal a nossa imagem de todos os dias. É acabar sem se ter começado seja o que for. É não ter em boa verdade mais nada a dizer a ninguém. Nem mesmo a si mesmo.
O nada é o princípio, no entanto. Assim como o fim. E é o que entre as duas muralhas extremas se nos impõe e nos diz de nós, se nós por nós lhe perguntarmos, por muito que nós até saibamos qual a resposta.
O nada é o princípio, no entanto. Assim como o fim. E é o que entre as duas muralhas extremas se nos impõe e nos diz de nós, se nós por nós lhe perguntarmos, por muito que nós até saibamos qual a resposta.