SONATA EM TOM DE RESMUNGO CONTRA OS DESMANDOS DO TEMPO
A chuva, mais que o sol, inspira sempre. Talvez porque faça doer de fora para dentro, ou seja ao contrário de quando a luz solar recebida transparece e nos aparece nos olhos, na respiração, nas atitudes, nos tiques do instinto. Como se dela nos arrogássemos o desempenho de foco original, e na realidade apenas fôssemos o veículo momentâneo em que se faz multiplicar e chegar mais longe, sem que nós, apesar do pundonor impresso no esforço, a acompanhemos.
Já a chuva demolha as conjecturas e amolenta-lhes a rigidez, torna-as mais brandas ao toque e amolda-as às conveniências, facilitando uma assunção de maior rugosidade, nalguns casos, ou mesmo ocasionais correcções, nem sequer sonhadas no lapso da elaboração.
Na maior parte das vezes, porém, a chuva é uma chatice pegada, para não dizer uma boa merda.
Já a chuva demolha as conjecturas e amolenta-lhes a rigidez, torna-as mais brandas ao toque e amolda-as às conveniências, facilitando uma assunção de maior rugosidade, nalguns casos, ou mesmo ocasionais correcções, nem sequer sonhadas no lapso da elaboração.
Na maior parte das vezes, porém, a chuva é uma chatice pegada, para não dizer uma boa merda.