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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

terça-feira, 29 de julho de 2008

UM DIA HÁ-DE SER DIA E QUANDO FOR SERÁ SE NÃO FOR ANTES

Está uma canícula de estorricar as ideias na cataplana por detrás dos olhos. O tempo é disso, ou pior. Saltem de lá os incendiários sazonais autorizados, que desde logo se elevarão preces e pragas à medida do sufoco experimentado. A jornada, todavia, é inadiável. Seja qual for a temperatura do ar, da água, das ideias em perigo. O mais importante é a atitude, sopesada por qualquer das mãos, a favor ou contrária, de renúncia ao repto e de eventual abandono do terreiro aos predadores habituais, emboscados em si próprios, que nem meretrizes ao ataque no mato das bermas da estrada. Recuar não significa cobardia. Aliás, maior coragem revela quem pare ou retroceda sem virar as costas ao inimigo, que o valentão às cavalitas na pileca de uma pesporrência a perder de vista na panorâmica envolvente. E mal vai quem aproveite e siga a soldo da inércia dos próprios ímpetos. A verdade, tal como o azeite ―, diz-se que diz o povoléu mudo e quedo em seu aprimorado linguajar ―, sempre há-de vir ao de cima. E dos fracos também se diz dito pela mesma mansidão ruminante em pasto pobre ― não reza a história.
O fluir do pensamento, sem contenção nem premissas, bem pode ser uma questão de matemática. A dificuldade estará em determinar-lhe as coordenadas de graduação da importância de cada nova luz acesa na infinitude do firmamento cerebral, estrela maior ou mero penedo em queda livre sem lugar onde, já que a fluidez é relativa, impossível de materializar em algarismos ou de manipular através de quaisquer tábuas semióticas consagradas pelos olhos de milénios. Que não seja isso, no entanto, a pôr em causa a jornada cuja data, não marcada, se aproxima.
E quem vier atrás de mim que conte a história.