DE GOSTO ANTIGO A TRANSFORMAR-SE EM CONDENAÇÃO SEM RECURSO
Por inconvicta palpação, sem ponta de premissas garantidas que não a olho e remelento, serão já, ou ainda, quase cinco da manhã. Levantar ou não, eis a questão. O mais equilibrado é não confessar quaisquer sinais de fraqueza perante a insónia e levá-la a dobrar-se diante de si mesma, amarfanhá-la entre lençóis e pensamentos lúbricos, ou aproveitar-lhe o impulso no sentido que apeteça, havendo com quem. E não havendo, sonde-se em volta, invente-se alguém, alugue-se, imagine-se à mão ou manipule-se um ideário condescendente em ceder espaço vívido, sem juros a pagar senão à distância, ao espaço amortalhado pelo sono perdido algures.
Daqui a algumas horas, não muitas mas longas, a aurora virá pôr a mesa de mais um dia servido a quem ele sirva. Talvez a passarada e um galo e logo outro e outro a denunciem, antes que o próprio astro motor da humanidade se faça ver e ouvir na lida humanidade sob o afogo de chegar a tempo, seja onde for, labor ou lazer secreto repartido a dois.
Bom apetite, gente. E bom proveito.
Daqui a algumas horas, não muitas mas longas, a aurora virá pôr a mesa de mais um dia servido a quem ele sirva. Talvez a passarada e um galo e logo outro e outro a denunciem, antes que o próprio astro motor da humanidade se faça ver e ouvir na lida humanidade sob o afogo de chegar a tempo, seja onde for, labor ou lazer secreto repartido a dois.
Bom apetite, gente. E bom proveito.