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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2007

DO ANIMAL DE HÁBITOS À HABITUAÇÃO DE OS NÃO TER À VISTA

É meu hábito, desde que me reconheço a fisionomia vista ao espelho por quem em mim o contemple, espreitar a nudez da noite a partir de uma janela às escuras. Que a única luz consentida seja a da rua. Ou a das estrelas. Ou mesmo a do sol, quando a noite em exposição surgir de dia e como assim, também nua, se me impuser.
Quantas vezes, porém, não fujo eu de tal improviso de púlpito, se me sinto mais observado que observador? É que os vidros da janela, com a escuridão como fundo, tornam-se espelhos perfeitos e dão-me a ver, até às funduras do âmago, tudo o que os meus olhos não vêem senão às avessas de mim ou em silhueta de macabra indefinição.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

AÍ AOS NÃO SEI QUANTOS DO ANO DA GRAÇA DE MIL E UNS TANTOS QUE TAMBÉM NÃO SEI

De acordo com o que alguém (não eu) um dia fez constar nas crónicas da inventiva familiar autorizada− escritas e lidas, de boca em boca, ao longo de décadas cada vez mais mentirosas−, terei nascido em casa, a uma segunda-feira, quando ainda mal acabara de soar a primeira hora da madrugada. Nascera eu hora e meia mais cedo, e lá teria aparecido à superfície das águas no dia anterior, domingo, o que viria a redundar no mesmo, afinal, nada de nada me acrescentando, a não ser mais um dia nos algarismos da idade que hoje já me dói um tanto assumir.