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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

domingo, 9 de julho de 2006

MONÓLOGO DO VAQUEIRO SEM VACAS NEM PASTO PRÓPRIO

O monólogo, como significante de trapo encharcado que lave o chão da memória e dela mostre a sujidade, deveria ser proibido. E deveria ser punido todo aquele que nisso aparente obter gozo. Pois não é tão mais eloquente o diálogo? A alternância argumentativa, por si só, já pressupõe que haja duas opiniões, no mínimo, contrabalançando os arremessos, escutando-se e obrigando-se a escutar. Quer façam eco entre si sem suspeição de conluio, quer tão-só se complementem e se completem numa construção comum, quer se oponham sem permitir que o desrespeito aconteça e só prevaleça o lixo, velho ou novo, que o dito trapo―não deixemos de lhe reconhecer utilidade―não limpou como devia.
Nem que esse diálogo só aconteça contigo, leitor, entregue que estás aos arbítrios de quem detenha o monopólio dos materiais de limpeza, sabões, lixívias, detergentes, baldes, escovas, vassouras, esfregonas e sabe-se lá que mais, de que nunca os meus joelhos se queixaram. Nem queixarão, jamais, que isso de estar de joelhos é sinal de insuficiência.
Fala, leitor. Diz de ti. É agora a tua vez.