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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

COMO DESCULPA DOS BOCEJOS SUBA O PANO

Hoje, de manhã, acordei imbuído pela languidez experimentada por quem regresse de uma viagem de sonho. Pena é que me não recorde do que teria sonhado: se acompanhado ou a sós, por onde, quando e como, em que desempenho, activo ou passivo, protagonista ou mero figurante à espera atrás do pano. E agora, porque me sei dramaturgo e actor de uma peça levada ao palco, por mim, em mim, para mim, e que em verdade consciente nunca eu vi representada, tenho andado entretido a rebuscar-me por dentro, como quem apalpa as muralhas de um labirinto em busca da luz de libertação. E se por acaso eu vier a encontrar a saída, quererei mesmo ultrapassá-la? Não me será mais grato, após o hipotético restauro do itinerário onírico, promover-lhe uma reedição em contínuo, página a página, imbuído pela languidez que hoje, de manhã cedo, acordou comigo e comigo se tem mantido, na vastidão da plateia, embora às escuras?

domingo, 6 de janeiro de 2008

EM MARCHA QUE O TEMPO URGE E PROMETE

Domingo, dia de não ir à missa. Frase já velhorra em mim, se quase tanto como eu, que tanto assim digo não ser. O melhor é ir de volta, pôr os sapatos a andar por cima da sombra que os mereça, e tentar a sorte noutras paragens com menor tormento de urtigas. O carrego a aguentar é de respeito. Não o atenuam pausas sob a useira desculpa de que ainda não serão horas de ajaezar a besta. Deram-lhe palha por erva? E que lhe importa o mantimento? A viagem, ao que se crê e se comenta, só tem ida. O regresso, em casos tais, é utopia.

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

SÓ PORQUE QUATRO DE OUTUBRO VEIO A SER O ÚLTIMO DIA DO JÚLIO

Primeiro dia do ano. Nada a dizer. A não ser que está frio, que já morreram não sei quantos e ainda virão a morrer mais uns tantos, apressados em não chegar a sítio algum, e que de hoje a um ano, se por estiver, aqui estarei a rosnar barbaridades como estas, sem estofo nem capa que do frio, pelo menos, me protejam e confortem.
Ao novo ano, acabado de parir, uma expressão em manifesto unilateral: seja ele juliano, gregoriano ou qualquer outro, que se foda o calendário.
Espantoso é haver ainda quem festeje a fuga do tempo, ano a ano, e com isso rejubile. Os últimos pagarão a factura.