BOM-DIA, MUNDO. AQUI ESTOU EU (AINDA).
Um dia feio, estagnado. De luz sem graça nem jeito. Nem passaritos se lhe escutam. O que fazer de um dia assim, quando urja em nós ir em busca do que nem imaginamos à nossa espera? Façamos de conta que dormimos de pé, ou sentados, e que uma vaga de sonambulismo nos ensina onde colocar os pés e caminhar à beirinha das falésias. Lá em baixo, o mar, à exacta distância de um salto. Saltemos então, só para ver se acordamos e se a manhã se recompõe desta maleita, que no-la oferece estagnada, feia, de luz sem jeito nem graça. Ou pensemo-nos, aqui de cima, pescadores de cana altiva, para que não passemos pela indeclinável obrigatoriedade de mentir. Bem bastará o peixe que nem comprar saberemos, quanto mais pescá-lo tão cá do alto desta arriba, em que a manhã, porque ilúcida, nos faz arremedar equilibristas em pose sobre a corda das ideias ― a mais frágil de quantas nos tentem os passos e a incerteza de que os queiramos dar.
Ou deitemo-nos mais um pouco e finjamo-nos acordados, enquanto o vaivém das pálpebras mal se ouvir ante o bramido das ondas, tão lá em baixo, à exacta distância de um salto.
Ou deitemo-nos mais um pouco e finjamo-nos acordados, enquanto o vaivém das pálpebras mal se ouvir ante o bramido das ondas, tão lá em baixo, à exacta distância de um salto.
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