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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

segunda-feira, 19 de junho de 2006

A VER O MAR SEM LÁ IR MOLHAR O CU

A manhã está de névoa, grossa, quente. É tempo disso. Em dias como este, pensa-se praia, em almoçar lá, à beira-mar, a haver daquilo que, na catacumba das algibeiras, impõe cor à existência. Dos banqueiros, claro. De quem mais havia de ser? Dos pintores, esses garimpeiros do vácuo, quando a ordem será de abater sem cedências quem renegue a concordata e entre em delírios de salvação ao domicílio? Ainda bem que os pintores não mandam no mundo. Devia ser lindo andar por aí, de cavalete às costas, a impor medidas de liberalização do consumo de erva e forragem afim, de contenção com exemplos a vir de baixo e de cima dos donos da despesa pública, de insofismável aumento das ínfimas percentagens na debelação do desemprego e da precariedade do trabalho em tempo útil, de incentivo ao investimento na produção nacional em fábricas a voar para a estranja, de consecução prática na aplicação da justiça a todos os níveis com as excepções do costume, de enriquecimento progressivo a partir da pertinente exploração dos nossos recursos naturais no combate aos incêndios e ao turismo, de terapêutica na saúde para que mais ninguém precise de a comprar em hospitais privativos ou nos do estado, de favorecimento da educação e do ensino sem ameaças de morte em chegando a hora do primeiro emprego, de empolgamento no fabrico de heróis mercenários pagos a peso de ouro ou a petrodólares em quantos iraques estejam na mira das americanalhices petroleiras, de grande coragem nas doações sem retorno de uns tantos milhões aos craques da bola e seus apêndices e comissionistas por amor pátrio, e do puro. E de arreganhado apoio à arte e aos artistas pintores, esses garimpeiros do vácuo, pois a ordem é mesmo de abater sem cedências quem entre em delírios de salvação ao domicílio e renegue a concordata.
“Acho que é melhor ficarmos em casa. Deve estar vento na praia”.