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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

QUAL SEGREDO QUE MUITO APETEÇA NÃO REVELAR PARA JÁ

Tal-qualmente o navegador português que em tempos de antanho se fez ao mar a soldo do imperialismo da cristandade castelhana irmão gémeo do que morava na banda de cá da fronteira –, tenho eu de mim a promessa de dar um dia a volta ao mundo, ou quase. Pelo ar ou por mar, a nado ou a pé, tanto fará, pois, também como com ele aconteceu, é já ideia fixa não regressar ao cais de partida, ficando-me por lá, nos antípodas, onde de mim não se saiba.
Antes por minhas mãos sepultado no vácuo de alguma falésia de cem metros sobre um mar de tubarões, que exposto a ser pasto de prantos aniversariantes, ou de flores coadjuvantes, ou de missas sufragantes, ou de lamuriantes homenagens com disputa de encómios e saudações correlatas à memória. Antes a grandiloquência do silêncio derramado sobre o nome e a obra de alguém que se fez evaporar sem rasto, que a viscosidade dos soluços de encomenda, aquando da devolução à terra daquilo que, de acordo com o texto impresso na cabeçorra dos crentes, dela teria brotado há um ror de milénios.
A hora aproxima-se, a cada hora que passe. Mas não será por ora que os sinos e sinetas de todo o mundo se farão reunir em conjura e bater a uma só voz a minha hora.
Quando ela chegar, nem a mim eu me darei notícias dela.