ESTERCO VERSUS SABÃO EM DIA DE NÃO IR À MISSA
Domingo. Dia de sonambulismo consciente, de caminhar com as mãos adiante para que os pés se reequilibrem e não tropecem nas rasteiras da própria sombra. Não há sequer vontade de lavar os olhos por fora, pois por dentro é utopia. E no que concerne às mãos, estão limpas: eu cultivo o bom costume de as lavar todos os anos, e também por fora e por dentro, para que o sarro as não tolha.
E porque o tempo continua nas encolhas, tem-se tornado mais e mais complicado vendê-las. E é curioso verificar que as mãos asseadas são mais difíceis de vender que a merda exibida pelas outras. Malhas que o império tece por conta da honestidade nunca tomada como espécie extinta. Ou da doideira de existir ainda quem teime em dar primazia à nobreza dos sentidos, e se atreva a negligenciar a fantasmagoria das contas em cada final de mês.
Um beijo é gesto sublime. Mas um peido ressoa mais longe.
E porque o tempo continua nas encolhas, tem-se tornado mais e mais complicado vendê-las. E é curioso verificar que as mãos asseadas são mais difíceis de vender que a merda exibida pelas outras. Malhas que o império tece por conta da honestidade nunca tomada como espécie extinta. Ou da doideira de existir ainda quem teime em dar primazia à nobreza dos sentidos, e se atreva a negligenciar a fantasmagoria das contas em cada final de mês.
Um beijo é gesto sublime. Mas um peido ressoa mais longe.
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