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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

DA REMELA AO RESMUNGO NO MEIO DE BOCEJOS DE TÉDIO

Está nevoeiro, lá fora. E aqui dentro, também. E se não for nevoeiro, há-de ser neblina, névoa, nuvens baixas, vapor de caldeiras, fumaça de incêndios na serra ou mesmo chuva.
Tudo o que, com maior ou menor espessura, à comezinha imprecisão visual se compare, envolvendo e ensarilhando os pensamentos a que me arrisque, logo pela manhã, após a sobrecarga da noite. São muitas horas seguidas a passear num firmamento sem astros, sem nebulosas referenciáveis no catálogo celestial, e onde o caos anterior às origens se repetirá, sem que dele tenhamos notícias ao despertar. E é triste. O que a gente não faria, se soubesse o que cá nas entranhas se agita, se revolteia, se decompõe e recompõe numa alternância infinita até que acabe, um dia, lá mais adiante ou daqui a nada.
Também pode ser falta de óculos, ou desactualização das lentes, esta nítida obstrução do discernimento vedor, esta indefinição das imagens em torno de quem, como eu, desde sempre se reconheceu à mercê do vício danado de saltar cedo da cama.
Nada que não se resolva com duas ou três, não mais, boas chapadas de água fria na cara, de imediato, e uma belíssima chuveirada, logo a seguir ao despejo que a fisiologia me ofereça e eu, filantropo que sou, convosco reparta.
Bom-dia, humanidade. Aqui estou eu (ainda).