DA REMELA AO RESMUNGO NO MEIO DE BOCEJOS DE TÉDIO
Está nevoeiro, lá fora. E aqui dentro, também. E se não for nevoeiro, há-de ser neblina, névoa, nuvens baixas, vapor de caldeiras, fumaça de incêndios na serra ou mesmo chuva.
Tudo o que, com maior ou menor espessura, à comezinha imprecisão visual se compare, envolvendo e ensarilhando os pensamentos a que me arrisque, logo pela manhã, após a sobrecarga da noite. São muitas horas seguidas a passear num firmamento sem astros, sem nebulosas referenciáveis no catálogo celestial, e onde o caos anterior às origens se repetirá, sem que dele tenhamos notícias ao despertar. E é triste. O que a gente não faria, se soubesse o que cá nas entranhas se agita, se revolteia, se decompõe e recompõe numa alternância infinita até que acabe, um dia, lá mais adiante ou daqui a nada.
Também pode ser falta de óculos, ou desactualização das lentes, esta nítida obstrução do discernimento vedor, esta indefinição das imagens em torno de quem, como eu, desde sempre se reconheceu à mercê do vício danado de saltar cedo da cama.
Nada que não se resolva com duas ou três, não mais, boas chapadas de água fria na cara, de imediato, e uma belíssima chuveirada, logo a seguir ao despejo que a fisiologia me ofereça e eu, filantropo que sou, convosco reparta.
Bom-dia, humanidade. Aqui estou eu (ainda).
Também pode ser falta de óculos, ou desactualização das lentes, esta nítida obstrução do discernimento vedor, esta indefinição das imagens em torno de quem, como eu, desde sempre se reconheceu à mercê do vício danado de saltar cedo da cama.
Nada que não se resolva com duas ou três, não mais, boas chapadas de água fria na cara, de imediato, e uma belíssima chuveirada, logo a seguir ao despejo que a fisiologia me ofereça e eu, filantropo que sou, convosco reparta.
Bom-dia, humanidade. Aqui estou eu (ainda).
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