http://photos1.blogger.com/blogger/4837/2733/1600/moi4.jpg
A minha foto
Nome:
Localização: Coimbra, Portugal

PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

ESPAÇO DE NOTÍCIA A ACRESCENTAR SÍLABA A SÍLABA ATÉ UM DIA

Moro longe da cidade dentro dela, ou vice-versa. Aliás, sempre assim me aconteceu. Nunca terei sido senão subúrbio e panorâmica, de a ter à mão para delícia dos olhos, mas à distância e à vista, se até nasci na raia entre quem pede e quem pode, e desde logo asceta sem deus nem credo. Ou sendo deus tão-só para um crente, ainda que herético ao primeiro arremedo de tentação em marcha ante mim. O masturbador assumido e o envergonhado em reciprocidade de manipulações, pois o que mais lhes importa é o grito, o espasmo, o jorro, o chão aparador, qual parteiro de milhões e milhões de nascituros, irmãos do cuspo de impingir mentiras ao prepúcio, que não a reles função de o besuntar e poupar à queimadura do ímpeto por erosão.

O mundo urbano não presta. Ninguém conhece ninguém. E o sorriso é uma atitude perniciosa, para não dizer um crime de lesa-conjuntura, onde nada haverá de novo a acrescentar a cada dia vivido, para lá da inexorabilidade de menos um dia a viver. Hoje, um qualquer dia igual a qualquer outro, será o primeiro de não muitos mais a contar ainda. Talvez por isto a chuva, na rua, porque cá dentro, onde eu moro, a chuva é crónica. Não tem princípio nem fim, por se assemelhar de raiz ao deus que me pretendo para meu próprio governo. Abaixo os guarda-chuvas mercenários. Abaixo a ditadura do bom senso impermeável. Abaixo as borrascas de cultivo em estufa, a preço imbatível, único, de ocasião. E acima, acima, gajeiro. Acima ao mastro real. Vê se vês terras de hespanha, areias de portugal. E quem vier atrás do último que feche a porta.

Moro dentro da cidade fora dela, ou ao invés. Aliás, sempre assim me aconteceu, porque a cidade não presta. Nem eu.