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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

COMO SE UM MARTELO PNEUMÁTICO EM VEZ DE TECLAS

Ora então, estou eu, enroscado em frente a mim, a tentar ler no que escreva muito mais que quanto, ao escrever, me virei lendo. Marmota de rabo na boca? Cachorro a perseguir a própria cauda? Espelho com a imagem à minha beira, aquém do vidro, e não lá dentro? Ou com os dois lá dentro, lado a lado, a olhar cá para fora, o que equivale a dizer para onde se sabe não estar ninguém a espreitar-nos?
É ilusão pensar que alguém em nós nos lê, um outro eu, e de nós nos diz aquilo que nós em nós reneguemos como à lepra em mãos alheias, quando em aproximação. O que no fundo se tenta, é dulcificar tudo o que nos reconheçamos suspeito diante dos olhos de outrem, sequazes da javardice para gozo de chocarreira usufruição no imediato. E estar a mostrar o jogo, deste modo, a adversários de tão falaciosa índole, é no mínimo um pretexto para que não nos acusemos da não assunção de falhas, quando falhas prevaleçam sem que saibamos, sabendo, em quem se situam elas.
Sabeis que mais? Que se fodam a literatura e os literatos, que se fodam os artistas e a arte. E que viva a anarquia plenipotenciária. Que a cada qual o que é de todos, e a todos o vice-versa. E que viva o amor entre os insectos, à primeira vista ou já pingante de maduro. E que o futuro avance e se transforme em presente e se fique por aí, sem cair na peta de subir ao cadafalso do passado. Basta de história.