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PINTOR, POETA E CANTOR, OU FAZEDOR DE COISAS LINDAS COM AS DUAS MÃOS E NÃO SÓ.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

ANTES DE PÉ QUE DE JOELHOS OU ESPOJADO AO NÍVEL ÍNFIMO DO PÓ DITO ORIGINAL

Daqui, do alto de mim, que o mesmo é dizer de cá do fundo, não vejo já onde os pés terão encontrado assento e implantado o equilíbrio da minha verticalidade caminhante, como norma de conduta e privilégio atribuído a quem, por ínvios carreiros ou por estradas de luz capaz de deslumbrar e ofuscar, a caminhar aprendeu. E sem recurso a muletas ou ombros cedidos por empréstimo. O Homo Erectus, dando crédito e palavra aos autores debruçados sobre o desaterro da transumância antropóide, teria sido muito anterior à versão Sapiens. Mas isso é pão comido ou a comer por quem de dentes para tanto possa pavonear-se ao serão. A única verdade observável é a de que se vão amontoando e encarquilhando os anos, ou seja pesando em conexão directa ao peso da gota encarregada de duplicar a grossura dos artelhos. E nada há a interpor como última tentativa de debelação da catástrofe anunciada pelos ventos. Nem mesmo a costumeira trucagem, fundamentada em paliativos e máscaras a prazo incerto, para dissimulação da evidência em pontuais arremedos de viço, vulgo efémeras gotículas de lisonja à custa de grande afinco e não muito mais ricas que cuspo.
As ideias, todas elas, continuam a convergir em apenas uma, como se essa e só essa, sem alternativa, faça jus à expectativa que um dia, uma vez elevada ao clímax do sufoco, a pretenderá retumbante, ainda que sem alarido, segura pela distância, na passagem de projecto a prática pura. Será ela e só ela a bússola encaminhadora dos passos que até à eclosão de si mesma, ninguém há-de saber onde e quando, me darão asas e ensinarão a voar. Aí, enfim, arquivarei o mais íntimo processo movido por mim a mim próprio. E serei feliz.