PALPAÇÃO EM PULSO PRÓPRIO PARA ESTUDO DOS EFEITOS A NÃO CONSIDERAR POR ORA
Quanto mais intensa a luz, maior a nitidez da sombra. Ou mais ríspido o confronto entre aquela e esta. Assim o dia e a noite de quem por aí ande e desande em busca de algo ou de alguém, sem saber quem ou o quê. Assim a vida e a morte. A experiência o dirá? Fará com que a nudez da sombra mereça a roupagem da luz, ainda que efémera? Ou nem chegará sequer a chispa de isqueiro em dia ventoso, esse ensaio sempre desleixado de vestimenta da treva enquanto por cá?
Passe-se a pano uma noite de par em par, com esfregão de insónias e sabão amarelo de inconsistência pensante, e pondere-se com isenção o resultado alcançado, por comparação ao de outras noites dormidas de ponta a ponta. Na judiciosa contabilidade a publicar, tomem-se os inapeláveis bocejos como unidades de mensuração. Não se confunda, todavia, o langoroso espreguiçar dos maxilares à mercê do tédio com o da escassez de horas de sono registadas em acta. E o cheiro a sabão amarelo — jóia de brilho tosco guardada no cofre da memória —, esse sim, merece descanso e bom trato.
Passe-se a pano uma noite de par em par, com esfregão de insónias e sabão amarelo de inconsistência pensante, e pondere-se com isenção o resultado alcançado, por comparação ao de outras noites dormidas de ponta a ponta. Na judiciosa contabilidade a publicar, tomem-se os inapeláveis bocejos como unidades de mensuração. Não se confunda, todavia, o langoroso espreguiçar dos maxilares à mercê do tédio com o da escassez de horas de sono registadas em acta. E o cheiro a sabão amarelo — jóia de brilho tosco guardada no cofre da memória —, esse sim, merece descanso e bom trato.
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