NA TRAGÉDIA DA PINTURA ENQUANTO OFÍCIO E SUSTENTO
Não basta o esboço ágil desencantando a mais recôndita ideia. Não basta a consecução do fundo em quaisquer tons cuja harmonia se nos pressuponha sem custo. Não bastam as mais arteiras pinceladas em prol do realce das formas. Nem o pundonor milimétrico no trato dos esbatidos com tessitura de seda. E nem mesmo o narcísico gozo de selar a obra com a aposição da assinatura em seu lugar próprio. A uma obra de arte não bastará o desejo de que aconteça para que aconteça uma obra de arte. Não será portanto o apuro técnico o que mais conta, embora conte bastante como testemunho inequívoco de que a obra vislumbrável é filha legítima das mãos do crânio e nunca bastarda do acaso.
Assim também as palavras e a arte de as dar a ver.
Assim também as palavras e a arte de as dar a ver.
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